terça-feira, 29 de novembro de 2016

Diretor da Agência de Energia Atômica destaca importância do Reator Multipropósito

O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, foi recebido em audiência pelo ministro Gilberto Kassab, que considerou a reunião uma oportunidade para consolidar a cooperação com a agência.

Por Ascom do MCTIC

O diretor da AIEA, Yukiya Amano, se reuniu nesta terça-feira (24) com o ministro Gilberto Kassab.
Crédito: Ascom/MCTIC

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, ressaltou a importância do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) para dar autonomia ao país na produção de radioisótopos. Durante encontro com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, nesta quinta-feira (24), Amano disse que o RMB é essencial em um país de grande dimensão e população.

Para o ministro, a visita do diretor-geral da AIEA ao Brasil possibilitará a avaliação das ações desenvolvidas no país na área de energia nuclear e também para consolidar a cooperação com a agência.

Durante a reunião, Yukiya Amano lembrou a atuação da agência na aplicação pacífica da energia nuclear em vários setores. Na área da saúde, citou o trabalho no combate ao vírus zika e ao ebola. Ele ressaltou que, atualmente, uma das grandes preocupações da AIEA é com a segurança físico-nuclear e convidou o Brasil para participar de uma conferência internacional sobre o tema, que está sendo organizada para o período de 5 a 9 de dezembro, em Viena, na Áustria. O MCTIC, de acordo com Kassab, enviará uma delegação de técnicos, além de representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

Na audiência, o presidente da Cnen, Renato Cotta, revelou que a próxima etapa do RMB (reator nuclear de pesquisa e produção de radioisótopos – elementos ativos dos radiofármacos, que são empregados como agentes no diagnóstico e no tratamento de câncer e de outras doenças, construído no Centro Experimental de Aramar, em Iperó-SP), será a assinatura de um contrato de colaboração com a Argentina. O objetivo, frisou, é que o reator brasileiro ofereça a base da radiofarmácia para toda a América Latina. Segundo Cotta, o fundo de cooperação técnica da AIEA é o grande motor das relações multilaterais na área de energia nuclear. "É o que faz os países se falarem numa área tão sensível. É o que faz nós avançarmos de uma maneira mais uniforme, independente de situação política e econômica."

O presidente da Cnen lembrou que a atual gestão do MCTIC conseguiu normalizar a situação do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica, tanto no fundo de cooperação técnica quanto na dotação anual. Yukiya Amano agradeceu a contribuição financeira à agência, mesmo com a atual conjuntura econômica do país, destacando que a iniciativa brasileira serve de incentivo para outros países.

Desafio

O secretário-executivo do MCTIC, Elton Zacarias, ressaltou que o grande desafio do Brasil é o financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento na área nuclear, que é extremamente importante. "Nós saímos de um momento difícil, estamos caminhando para a recuperação econômica e o próximo desafio é trazer recursos para sustentar as pesquisas em energia nuclear."

De acordo com o diretor da AIEA, na área nuclear, o apoio político é importante e precisa ser sustentado ao longo do tempo. Ele anunciou que o lema da agência, que comemora 60 anos em 2017, será ampliado do atual "átomos para paz" e passará a ser "átomos para a paz e o desenvolvimento". O ministro Gilberto Kassab reforçou que "a presença do Brasil será sempre solidária e cooperativa para um mundo cada vez mais pacífico, com mais saúde e sustentabilidade."

A Agência Internacional de Energia Atômica é um organismo intergovernamental dedicado às questões de governança global da energia atômica. Ela promove a cooperação técnica internacional no uso pacífico da energia nuclear em diferentes áreas como saúde, agricultura, indústria e energia.

A reunião na sede do MCTIC contou também com a participação da diretora do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luisa Ecorel de Moraes, e do diretor de Políticas e Programa de Apoio à Inovação, Jorge Campagnolo.

Fonte: MCTIC


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